quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Classical Punk



É óbvio que o que você ouve é parte importante da sua personalidade, ainda mais se você está lendo esse blog. Sendo assim, por mais que alguns liguem o botão de "they don't like me, I don't care" quando saem para passear na esquina, em geral costumamos sorrir quando vemos alguém com uma camisa do Clash perambulando pelas ruas.

É natural, mesmo que não externemos o sentimento. O Punk é o filho feio do rock, mesmo que, ironicamente, tenha sido aquele que surgiu para resgatá-lo. E digo isso não apenas pela aquela velha história da disco music e (gulp!) Yes e Pink Floyd. Falo, principalmente, da volta do discurso direto à juventude, onde o Chuck Berry
retratava o sentimento dos jovens que, graças às condições criadas pelo pós-guerra, podiam pela primeira vez se considerar um grupo.

Fui longe, mas volto. Embora todo mundo que saiu da geração 77 tivesse o direito de processar a maioria dessas bandinhas sem sal e com nomes compostos patéticos (a minha "preferida" é a clap your hands say yeah), há, como eu posso dizer, um buraco na discografia da maioria dos fãs de (mais uma!) she wants revenge. Do Beatles eles pulam para smiths e joy division...

Ok, ok. Gosto não se discute e não se pede coerência. Mas quando há uma regra, não me peça para ficar quieto. Não dá. Merece estudo.

É claro que o Punk tem uma má fama. Isso é inegável. E o que a maioria das bandas hoje faz é limpar a parte ruim. Aproveitam a estrutura musical (que cresceram ouvindo) e o visual, mas dando aquela cara de anos 2000. E é claro que uma batidinha eletrônica não vai incomodar ninguém.

Hoje, eu tenho a impressão de ouvir o riff de "Inside Out" do 999 em muitas e muitas músicas...

Assim, como tenho um carinho pelas bandas do Punk, fico com aquela sensação de injustiça. E esse disco que acompanha esse post ajuda a piorar a história.

Vá lá, não falo de "Holiday in Cambodia" por causa de tudo o que cercou o Dead Kennedys, mas é inacreditável que uma música como "Babylon's Burning" tenha tido como melhor colocação nas paradas um mísero sétimo lugar em junho de 79 e depois descido ladeira abaixo. Não, nunca pedi nada como "Bad" do Michael Jackson. Mas, afinal, quem conhece Ruts?

Ouvir essas versões comprova a beleza das melodias.

Mas, talvez, o fato de aqui no nosso mundinho ninguém conhecer ou gostar dessas bandas as torne mais especiais. Elas se tornam nossas.



Achei esse cd sem querer há alguns anos atrás em uma Saraiva dessas e não pensei duas vezes: levei para casa.

Devo confessar que achava que estava comprando uma porcaria, mas, não!, o cd é bom. Versões bem feitas, com o violino quase sempre fazendo, vamos dizer assim, a linha vocal. "Holiday in Cambodia" chega a parecer trilha sonora de filme de suspense.

Se você não gostar de música clássica, vale pela curiosidade!


TRACK LIST:

1 - No more heroes (Stranglers)
2 - Babylon's burning (Ruts)
3 - Sheena is a punk rocker (Ramones)
4 - Down in the tube station at midnight (Jam)
5 - Holiday in Cambodia (Dead Kennedys)
6 - White riot (Clash)
7 - Gary Gilmore's eyes (Adverts)
8 - Ever fallen in love (With someone you shoudn't've) (Buzzcocks)
9 - Love song (Damned)
10 - Another girl, another planet (Only Ones)
11 - Where's Captain Kirk? (Spizz Energy)
12 - Alternative Ulster (Stiff Little Fingers)
13 - Germ free adolescents (X-Ray Spex)
14 - Teenage kicks (Undertones)
15 - Stranglehold (UK Subs)
16 - Hersham boys (Sham 69)
17 - Sound of the suburbs (Members)
18 - Pretty vacant (Sex Pistols)

Link: Classical Punk

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